domingo, 25 de abril de 2010

Para que queremos escolas?

Temos boas razões para pensar que a Escola e a instrução escolar são coisas boas para as pessoas? Por exemplo, eu acho que faz bem às pessoas ouvir Frank Zappa e ler Os tomates enlatados de Benjamin Péret. Seria justo fazer uma lei que obrigasse todas as pessoas de uma comunidade a ouvir continuamente Frank Zappa e ler Benjamin Péret? Então o que é que faz com que seja justo obrigar as pessoas a ir à escola? Talvez a escola não seja uma coisa tão boa quanto se pensa, pelo menos no que se pensa na sociedade dos nossos dias. Talvez seja bem melhor assistir a jogos de futebol. Imaginemos que tal é verdade. O argumento que a seguir apresento é um raciocínio dedutivamente válido. Mas será cogente? O que é que há de errado com o argumento, se é que há algo nele de errado?

Se a  escola fosse uma coisa boa as pessoas gostavam tanto da escola como de futebol
Mas as pessoas gostam muito mais de futebol
Logo a escola não é uma coisa boa

2 comentários:

António Daniel disse...

E o futebol é uma coisa boa?

Rolando Almeida disse...

Para a maioria das pessoas é efectivamente uma coisa boa. E em certo sentido também é uma coisa boa socialmente e para a economia. Pessoalmente não me importo nada de gastar 25€ na história da filosofia do Kenny, nem que a leia mais tarde, mas recuso-me a gastar 1€ que seja para ver futebol ao vivo. Porquê? porque para mim ler a história da filosofia do Kenny é uma coisa muito melhor que ver futebol. mas as pessoas tem aquilo que querem ter e, pelo menos eu, já abandonei a ideia marxista de que as pessoas só gostam de coisas chungas e pouco cultas porque há uma superestrutura que detém os mecanismos de controlo cultural. As pessoas são livres: se querem ler, vendem-se livros. Se querem bola, fazem-se estádios.